AntiCristoSuperEStrela Ter Fev 08, 2011 12:58 am
De um majestoso manto de veludo de seiscentos e sessenta e seis azuis,
Ela despe-se. Enquanto tu usufruis
Em luxúria e malvadez
No maldito espelho que reflecte a tua perversa lucidez.
Num mundo falso, hipócrita...
Onde apenas a dor ressuscita
Num ciclo vicioso que não respira...
Magoa e sufoca em puro prazer,
Rejuvesnece e mata como forma de laser
Mirando o corpo belo da noite,
Deixando seu sangue escorrer,
Sobre suas curvas delgadas,
Na companhia de um incessante suspiro,
provando suas lágrimas salgadas.
Lambendo docilmente o pecado de sua carne,
Dançando lugubremente sobre fantasias e escárnio,
Como o lobo negro de olhos penetrantes,
Solta um uivo gélido de horrores contaminantes!
O medo corrói a sua inocência
E o grito destrói a frágil essência,
Agora, fútil e descartada
De maneira súbtil e afiada,
Qual lâmina de aço negro
Entrelaçando-se nas asas do morcego...
Sensualmente delicada.
Ela abate-se sobre a alma pesada, como penedos de lava
Abafando em agonia a tristeza evocada.
No seu túmulo enterrada,
Pelas trevas, torturada!
Solta no seu ultimo fôlego
Três palavras sussurradas com excruciante ardor!
E neste gemido fugaz de absoluto terror,
Fizeram-se ouvir as palavras da sua dor:
"Eu tenho medo"
Tal como o uivo do lobo negro
Induz horror no borrego,
Aquelas palavras suscitaram no teu coração
A mais bela sensação,
Suave e indolor como o punhal que lhes cravaste em tentação.
E na sombra do espelho, repentino,
Tu observas em trágica alegria
Ela caindo no seu mortífero destino!
by AntiCristoSuperEStrela